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PARA DOIS ARQUITETURA

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Por que personalizamos os espaços?

  • Foto do escritor: paradoisarquitetura
    paradoisarquitetura
  • 15 de set. de 2018
  • 3 min de leitura

Quem aí está noivo e está sonhando com o primeiro lar? Ou já está casado mais ainda não tem a casa do casal? Enquanto estamos noivos sempre sonhamos com a nossa primeira residência, e assim começamos a fazer infinitas pesquisas na internet e em revistas para obter referências de decoração e ambientação, pois desejamos que o nosso primeiro lar venha refletir a nossa personalidade de casal.


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Mas você já parou para refletir o motivo pelo qual nós temos essa atitude de apropriação do espaço? Segundo Proshansky, (1976, apud Kuhnen, Cruz e Takase 2009, p.24) apropriação do espaço apresenta consequências positivas para o indivíduo ou grupo, pois proporciona o sentimento de bem-estar. Kuhnen, Cruz e Takase (2009, p.23) alegam que é por meio da apropriação que podemos transformar o espaço em lugar (...), quando uma pessoa se identifica com um espaço, tende a personalizá-lo, a identificá-lo como seu, sente-se pertencente àquele lugar. Em contrapartida, Valera e Vidal (1998 apud Kuhnen, Cruz e Takase 2009, p.23) mencionam que a impossibilidade da apropriação do espaço ou a sua desapropriação faz com que o indivíduo ou o grupo sinta que tal espaço não lhe pertence. Segundo Cavalcante e Elali (2011, p. 63) sobre o processo de apropriação explicam:

É um processo psicossocial central na interação do sujeito com seu entorno por meio do qual o ser humano se projeta no espaço e o transforma em um prolongamento de sua pessoa, criando um lugar seu. Ao imprimir marcas e alterações visíveis, o sujeito cria uma aqui no qual dispõe seus pertences e que vai lhe servir de referência, permitindo-lhe orientar-se e preservar sua identidade. Quando moldados e adaptados às necessidades de seus habitantes, uma casa, um quarto ou um escritório são considerados exemplos típicos de apropriação.

A ação de personalizar um espaço limita um território, assim indicando aos demais que aquele espaço pertence a alguém. Esse sentimento de pertencimento, em relação do homem ao ambiente, já foi comprovado através de pesquisas, que o ambiente construído pode interferir na saúde das pessoas. Portanto, segundo Kuhnen, Cruz e Takase (2009, p. 122) a personalização seria um importante mecanismo mediador de controle e redução do estresse, por favorecer a adaptação do espaço às características do indivíduo.

Por isso é tão importante para a saúde sentimental e emocional do casal que estão noivos sonhar com a casa e se planejar financeiramente para alcançar seu sonho de ter um canto somente para eles, assim iniciando um casamento sem ninguém interferindo, e com isso ter o poder de intervenção em sua casa de forma autônoma.

Para explanar sobre o poder de intervenção trazemos os fundamentos de Kuhnen, Cruz e Takase (2009, p. 118) a possibilidade, por parte do usuário, de estabelecer um controle efetivo do meio edificado, ao alterar as características físicas do espaço para melhor adequá-las às suas necessidades. Assim vemos que o poder de intervenção em um espaço gera a personalização do mesmo, ao ponto de ter imenso poder simbólico ao usuário, quem deseja demonstrar um status social perante os demais indivíduos que fazem parte de seu círculo de convivência.

O arranjo espacial é um dos elementos que podem auxiliar nesse processo de apropriação. O arranjo espacial é a forma como os móveis e equipamentos existentes estão organizados e distribuídos no local. Sobre o assunto Cavalcante e Elali (2011, p. 70) definem que é um dos elementos que compõe a organização do espaço, que por sua vez, é um conceito que engloba várias outras dimensões, tais como segurança, conforto, identidade pessoal, motivação, autonomia, privacidade, contatos sociais, etc.

Figueiredo (2005 apud Cavalcante e Elali, 2001 p.195) relata que o espaço e seus arranjos podem gerar estimulação sensorial positiva, promover a sensação de segurança e bem-estar e reduzir o estresse. Cavalcante e Elali (2011, p. 70) acrescentam:

Diferentes maneiras de organização espacial oferecem suporte para diversas formas de organização social, pois comunicam aos usuários mensagens diretas (ao facilitar ou impedir determinadas atividades) e simbólicas (sobre a intenção e valores das pessoas que gerenciam aquele determinado contexto).

Mas para obter um bom arranjo espacial é necessário contratar arquitetas ou designers de interiores competentes que tenham habilidade para identificar todos os desejos e sonhos do casal e assim colocar suas personalidades no projeto de interiores da residência deles.

Quem aí está noivo e já sonha com o seu primeiro lar, compartilha aqui nos comentários, queremos conhecer a sua história.

Revisado por: Ana Sarah Cordeiro

Bibliografia

CAVALCANTE, Sylvia; ELALI, Gleice A. (Org.). Temas Básicos em Psicologia Ambiental. Petrópolis, Rj: Vozes, 2011. 318 p.


 
 
 

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