Ambientes Restauradores
- paradoisarquitetura
- 26 de jan. de 2019
- 3 min de leitura
Os ambientes restauradores nasceram da necessidade do homem se reconectar a sua essência: a natureza. Entretanto, hoje, muitos preferem viver em grandes metrópoles por conta das facilidades que ela nos proporciona, contudo as áreas verdes das cidades têm sido trocados por mais concreto, além de interferir no conforto ambiental de modo geral dos cidadãos, também vem causar grandes problemas psicológicos como o estresse. Por isso, esse retorno do homem às origens é importante para nossa evolução. Por mais que a pessoa não tenha paciência para cuidar de plantas ou algum elemento natural, eles são extremamente importantes na restauração do equilíbrio psíquico do ser humano. Por que muitos psicólogos e psiquiatras incentivam alguns pacientes a terem plantas ou animais em casa? Um dos objetivos é criar novamente raízes com a natureza, fazendo alusão à tranquilidade e paz.
Mas para um ambiente ser considerado restaurador ele deve conter elementos que proporcionem sensações libertadoras aos usuários, elevando a imaginação para se distanciar de todos os problemas que estão lhe fazendo mal, tais como:
•Janelas para uma paisagem que tenha alguma natureza;
•Quadros com paisagens;
•Queda d’água, lago ou aquário;
•Banco ou assentos para contemplação;
•Plantas com aromas, texturas e proporções diversas;
•Animais que possam ser tocados ou apenas contemplados;
•Lareira;
•Abrigo das intempéries;
•Etc.
Um estudo denominado Ambientes Restauradores, qual se chegou à conclusão que ambientes naturais, quando comparados a ambientes construídos, possibilitam maiores experiências de restauração, mas para que isso aconteça, esse “ambiente restaurador” precisa ter o máximo de características específicas: Escape – quando o usuário se distancia fisicamente ou de forma cognitiva para lugares com paisagens naturais, exemplo: visitar um jardim ou olhar uma paisagem pela janela; Escopo – o ambiente deve ter opções para a mente engajar e se envolver no senso de pertencimento e percepção, o ambiente deve ser rico em possibilidades para exploração; Fascinação – o ambiente deve ter estímulos que despertem a atenção involuntária, assim se desligando com facilidade de “preocupações” e se conectar com o ambiente que capta sua atenção de forma direcionada, através de elementos, exemplo: animais selvagens, quedas-d’água e fogo; e Compatibilidade – é sobre o nível de adequação existente entre o ambiente e o que o usuário deseja realizar lá, exemplo: passear no parque à noite pode ser perigoso em vez de restaurador, entretanto, a jardinagem em sua residência pode ser uma prática confortante (CAVALCANTE E ELALI, 2011).
Desenho 01 – Ambiente Restaurador

Fonte: Para Dois Arquitetura Residencial, 2018
Sobre ambientes restauradores Kaplan (1995, p.174 apud Kuhnen, Cruz e Takase 2009, p.269) desenvolveu um estudo que denominou de “os benefícios restauradores da natureza”, o qual basicamente evidencia por meio de experiências que determinados lugares possuem o poder de restabelecer o equilíbrio psíquico. Kuhnen, Cruz e Takase (2009, p.270) exemplificam como acontece quando uma pessoa adentra em um ambiente restaurador:
Ao entrar nesses lugares, a pessoa é tomada por sua beleza, amplitude e relativa privacidade, o que possibilita um gradativo desaceleramento do processo cognitivo, fazendo os pensamentos moverem-se mais lentamente. (...) por meio da atenção informal começa a perceber os pássaros voando, o céu azul, o vento a tocar seus cabelos, o sol a banhar sua pele. (...) nós viemos do ambiente natural, escolhemos muitas vezes um lugar, mesmo sem saber, por sua capacidade restauradora (Mira, Cameselle; Martinez, 2002); mas, pela cultura e desenvolvimento das cidades, afastamo-nos da natureza, de sua harmonia, e tornamo-nos parte do concreto e asfalto dos grandes centros.
Como exemplo de ambiente restaurador temos essa sacada do apartamento de um casal que desejava usar o espaço para ter uma horta e também contemplar a paisagem que foi fator crucial para a compra do imóvel. Abastecemos a sacada de elementos naturais, como: plantas, horta, parede vertical, vasos e bancos, tudo para atender ao momento de relaxamento que o casal ansiava ter após de um longo dia de trabalho.
Imagem 01 e 02 – Apartamento do Casal

Fonte: Para Dois Arquitetura Residencial, 2017.
O último exemplo que desejamos fazer referência é de uma idosa que desejava um projeto para a parte posterior de sua casa que não estava sendo utilizado e nem possuía uma função específica, portanto foi sugerido um espaço que ela pudesse junto com seus familiares que moravam ou não com a mesma. Assim foi elaborado um jardim refúgio onde pudessem contemplar a paisagem que seria projetada, relaxar, confraternizar, festejar e revigorar as forças dos usuários. Foi projetado um ambiente restaurador com todos os elementos específicos: Escape, Escopo, Fascinação e Compatibilidade.
Imagem 03 e 04 – Jardim Refúgio

Fonte: Para Dois Arquitetura Residencial, 2018.
Se você gostou desse assunto, ficou com dúvida ou deseja um orçamento para criar o seu ambiente restaurador em seu lar escreva nos comentários.
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